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Conheça a biografia do pastor Godofredo Severino Rodolfo Wanderley

Por Valdeci nunes de Oliveira

A algumas pessoas ao virem ao mundo parecem trazer algo de especial quando comparadas com as demais, embora, nem todas cheguem a ser reconhecidas assim. Este é o caso do nosso biografado, pois conquistou em nossa comunidade religiosa e em nossos corações o espaço a que teve direito, não só como simples correligionário, mas também como membro-fundador. Estamos falando do Pastor Godofredo Severino Rodolfo Wanderley

Nasceu em Camaragibe, Pernambuco, no dia 08 de novembro de 1901. Foi o segundo dos 5 filhos que teve o casal Lucrecia Dias Wanderley e Agripino Wan derley. As informações básicas iniciais responsáveis por sua formação moral e religiosa lhe foram passadas já a partir da infancia, com a entrada do evangelho em sua casa, quando sua mãe o aceitou, no final do outono de 1902, através dos crentes adventistas do 7 Dia, quando ele tinha seis meses de idade.

Foi alfabetizado por sua mãe, quando ainda bem pequeno, de modo que já lia, as 5 anos de idade. Depois disto frequentou uma escola de 1º grau, em Paulista. Não temos registros que confirmem sua pas- sagem por outras escolas, a não ser para fazer cursos rápidos de qualificação. En tretanto, foi, durante toda sua vida, um amante dos estudos, fato que pode ser comprovado pelo grande número de obras que leu e pelo volume de páginas que escreveu

Ficou órfão de pai aos 12 anos de idade. E como sua familia era pobre, passou a vender cuscus, doces de coco e canjica nas ruas de Paulista, onde morava, para ajudar sua mãe a sustentar os irmãos menores. Demonstrando vocação para a vida religiosa, pregou, nessa idade, o seu pri meiro sermão. Sua formação crista, iniciada no lar, foi desenvolvida na Igreja Adventista do 7° Dia, em cujo meio viveu e onde-criou e educou os seus primeiros 5 filhos.

Aos 29 anos de idade, a saber, no dia 18 de outubro de 1930, Godofredo casou-se com Hercilia S. Cruz, filha do casal Marilia Serapião da Cruz e José S. Cruz, que deixou viúva quando faleceu, depois de ter vivido com ela por mais de 60 anos. Com esta mulher, Godofredo teve 9 filhos: Termutes, Myrtes, Corban, Tirza, Godofredo Filho, Normando, Tércio, Carlos e Quésia. Com estes filhos teria hoje, se vivo fosse, 20 netos e 11 bisnetos.

Foi vizinho, correligionário e amigo particular de João Augusto da Silveira, desde quando juntos militaram na Igreja Adventista do 7 Dia, onde permaneceu até 1932 Antes disso já vinha estudando a respeito da doutrina do batismo no Espírito Santo. Porém, foi somente promessa divina, sobre t qual depois que a I tanto tinham lido, se cumpriu de fato na vida do irmão João Augusto, que decidiu aceitá-la, pas- sando a se juntar a ele na a defesa dessa trina. João Augusto da Silveira foi batizado no Espirito Santo no dia 24 de 1932 e, dois dias depois, a saber, no dia 26, Godofredo ficou sabendo desse fato. Por esse tempo exercia a profissão de alfaiate. Atendendo ao interesse dos que queriam buscar o batismo no Espírito Santo, cedeu de volta ao Nordeste. os aposentos dos fundos de sua casa para a realização das vigilias que naqueles dias eram muito frequentes. Foi assim que Godofredo colocou sua casa a serviço da obra de Deus.

Em uma daquelas vigilias, Godofredo e sua esposa, irmá Hercilia foram agraciados com essa bênção divina. Isto aconteceu na noite do dia 13 de janeiro de 1935, Seu batismd nas águas foi realizado pelo Pastor João Augusto da Silveira, no dia 29 de setembro de 1934. Em 1936, mudou-se para São Paulo, onde morou até 1938. Foi o diretor da primeira congregação Adventista da Promessa nesta capital, instalada na rua Manoel Coelho, 136 em São Caetano do Sul. Em 1939, o irmão Godofredo voltou para Pernambuco, onde continuou traba Thando em em sua profissão de alfaiate e aju dando a igreja voluntariamente. Em 1944, estando ainda no Recife, foi consagra consagrado ao presbiterato, ocasião em que recebeu a imposição das mãos do então Pastor Abel de Souza Lima. Foi a partir de então então que foi admitido como assalariado. Seus pri meiros serviços como Pastor foram pres tados naquela região, de 1944 a 1950,

Entre 1950 a 1965, o Pastor Godofredo trabalhou, primeiramente Rio de Janeiro e depois disso em São Paulo. Findo esse período voltou mais uma vez a sua terra, ali permanecendo até 1970. Neste ano, mudou se para São Paulo, onde foi jubilado no dia 14/01/72. No dia 22 de outubro de 1984, voltou, pela última vez a sua terra natal, onde já havia trabalhado como pastor e como Presidente regional em dois períodos diferentes.

Em São Paulo pastoreou as igrejas de Vila Maria, Vila Medeiros, Vila Morais, Vila Formosa e Santo Amaro. Foi membro da dou- Mesa Administrativa (hoje, Junta Geral), Secretário Geral e vice-Presidente Geral. janeiro de Foi escritor e conferencista. Durante vários anos lecionou Homilética e Inglès no Instituto Biblico Adventista da Promessa, de 1978 a 1984, quando o desejo de dormir e descansar no solo em que nasceu, o levou

No dia 15 de fevereiro de 1991, esse nosso pioneiro dormiu no Senhor, ao lado da mulher com quem se casara, filhos e demais familiares, depois de uma longa vids que ele, mais do que ninguém soube aproveitar. A Igreja Adventista da Promessa se fez representar na cerimônia fúnebre através do seu Presidente Geral, Pastor


Miguel Correa. Onisso biografado possuis algumas virtudes pouco comuns na maioria das pessoas. Não tinha medo da velhice. Faleceu com 90 anos de idade, mas quem o conheceu sabe que teve sempre um espirito jovem. Seu relacionamento com as demais pessoas feito em condições de igual dade, mesmo quando conversava com crianças e jovens, dava a impressão de ter a mesma idade dessas pessoas. Brincava.com todos, porém, sem se deixar desrespeitar

Aprendeu e executou muito bem a arte de sintetizar as coisas. E fazia isto sem prejudicar o conteado do que falava ou escrevia. Normalmente, as pessoas idosas se tornam cansativas, por discorrerem demoradamente sobre suas experiências passadas. Porém, se essa é uma das ca racteristicas das pessoas idosas, podemos afirmar que ele foi uma exceção à regra porque conseguiu, durante toda sua vida, ser simpático e agradável para com todos.

Conhecia e usava admirável efi ciència as regras da homilética e da didática, no pilpito e na sala de aula, o que fazia com que suas prédicas fossem claras e ficcis de ser entendidas. Suas convicções doutrinárias eram muito fortes e seus argumentos bem gritos nem exageros" convincentes. Em público, falava sempre com base em um roteiro pré-estabelecido, mas era, ao mesmo tempo, um bom im masera provisador. Dominava tão bem suas idéias que parecia não estar improvisando

Durante sua vida foi uma das útil, foi pessoas que mais escreveu para a nossa revista Restaurador, artigos e séries de estudos. Alguns dos assuntos mais im portantes sobre os quais escreveu, foram os seguintes: Atos Dois O Capitulo Aban- donado: Atos Dois-O capitulo Restaurado; O Poder Legislativo e o Poder Executivo, c a Trindade Unida e Revelada Através de Noventa e Oito Passagens do Novo Tes tamento. Escreveu também muitas séries de Lições Biblicas

Como conferencista, esteve em muitos lugares, realizando esse tipo de trabalho, no que representava muito bem a Igreja, não so pela correção de sua linguagem e facilidade de expressão, mas também pela forma elegante como se vestia. Tocava instrumentos de corda, sendo, o bandolim, o seu instrumento preferido. Compos vários binos, três dos quais publicados em o Brados de Jubilo, dos quais o mais cantado "O Bom Festival". O Pastor Manoel Pereira Brito afirma que o Pastor Godofredo fos, entre nós adventistas da promessa, quem fez, pela primeira vez a "apresentação" d de uma criança, nos moldes com que essa cerimônia é feita atualmente. Isso talvez

traduza a simpatia que tinha por essas criaturas. O Pastor José da Costa Menezes afirma a respeito dele que "tinha uma maneira especial de relacionar-se Crianças jovens, adultos e colegas de ministério, todos lhe queriam bem."

Sua filha, a diaconisa Termutes diz: "Gostava de cantar conosco e nos acom panhar ao violão, Quando éramos crianças, ele se fazia criança também, brincado de esconder. Ensinou-nos a andar de bicicleta. Quando nos tornavamos passiveis de punição, ele deixava essa tarefa para a nossa mãe Quando não mais podia ir à Igreja, era costume nosso irmos visitá-lo depois do culto. Então nos perguntava: Como for o trabalho? Quem pregou e qual foi o tema da pregação?"

Seu neto Teodomiro V. Filho afirma: "Meu avó foi um grande homem, porque foi um instrumento usado por Deus. Era humilde sem servilismo; consagrado sem fanatismo; pum de sentimentos e zeloso pela doutrina. Amava a verdade. Para ele o sim era sim, o não, não. Tinha para todos uma palavra amiga. Estava acostumado M falar para pequenas e grandes platéias, sem

Continua o Teodomiro v. Filho falando do avó: "Não mandava ninguém fazer nada; pedia que fizesse. Viveu com simplicidade, dignidade e amor, suportando as fraquezas dos outros e ajudando-os quando solicitado. Pelas suas qualidades de cristão; posso dizer que ele foi e será na ressurreição dos justos, a imagem e semelhança de Deus "Na casa de meu Pai há muitas moradas", dizia ele com frequência, como se quisesse dizer que Deus quer acolher a todos quer acolher todos

O culto doméstico era para ele um momento sagrado. Cantava-se, conforme o costume antigo e ele acompanhava os hinos ao som do seu ao som do seu instrumento. "Em seus últimos dias- afirma a diaconisa Termutes - sem poder locomover- lembrava com frequência Isaías 40:28-31." Este foi o texto que como mensagem à igreja d enviou como onde sempre congregou, no Vasco da Gama, no dia 24 de 124 de janeiro de 1991, poucos dias antes de sua morte. Foi sua última mensagem.

Pastor Godofredo Severino Rodolfo Wanderley, foi o segundo homem na relação dos nossos pioneiros e que muito contribuiu para o desenvolvimento da Igreja Adventista da Promessa, graças Deus e aos dons especiais que recebeu para falar e escrever Porém, o que mais nos consola a seu respeito é a esperança de podermos revê-lo no dia glorioso da ressurreição dos justos, pela vida que ele viveu, como filho de Deus.

Sobre suas preferências coletamos as seguintes:
Hinos: 07, 393 e 404 do Brados de Júbilo

Salmo: 128

lazer: tocar seu bandolim:

livro, a Biblia Sagrada.

amigos: João Augusto da Silveira, Abel de Souza Lima e Luiz de Barros

instrumento: bandolim:

escritor: Norman Vincent Peale;

desejo estar vivo até a volta de Jesus

prazer estar na igreja:

alimento: bacalhau:

Heroi: Jesus;

cantor popular: Luiz Gonzaga

cantor evangélico: Luis de Carvalho

politico: Ademar de Barros

cidade: São Paulo;

pais: Brasil:

provérbio: "o temor do Senhor é o principio da sabedoria"

leitura: evangélica, principalmente em lingua inglesa;

hábitos: acordar e levantar cedo e apresentar-se sempre bem vestido.

Créditos Revista o Restaurador