Por Ricardo Neto.
Saudades quando a nossa espiritualidade era resultado dos encontros que tínhamos com Deus. Encontrávamos Ele nos cultos e não "apenas" em pesquisas. Hoje em alguns lugares dificilmente encontramos ELE de maneira viva entre nós. Pois alguns aprenderam a se contentar " apenas" com a ESCRITA que fala sobre o Cristo e não mais com o Cristo da Escrita. Se contentam com relatos bem sistematizados sobre Ele, com a história que narra os seus Grandes Feitos e não mais com Aquele que seus Feitos Marcaram um época, uma geração, uma história.
Parece óbvio para alguns, visto que a escrita sobre o Cristo pode ser controlada pelas mãos do exegeta, do hermeneuta, daquele que possui mais habilidade com o texto do que intimidade com o Senhor do texto. Claro, que não estou alegando que a estrutura acadêmica é uma problemática a vida cristã. De jeito nenhum! Ela é de extrema importância na construção intelectual da verdade em nossa vida. O grande problema é quando o meu saber me arroga, me envaidece a ponto de constranger, de diminuir, de reprovar, de excluir, aqueles que sabem bem menos do que eu...Isto, não revela o quanto eu sei, mas o quão distante estou daquele que conheço " tão bem " na escrita, no texto, na pesquisa e na história. Eu preciso ter o cuidado para não encher os meus olhos com textos bem elaborados e não mais com aquele que bondosamente capacita e habilita os homens a elaborar os textos dando a eles clareza, vida e sentido.
E como bem dizia o Teólogo e Doutor em Teologia José Mário Castillo : É possível viver o drama de "saber" sobre o Cristo sem jamais "conhecer" o Cristo.
O próprio Jesus ensinou na história do Samaritano que aquele que considerava-se a referência da Ortodoxia, o dono do saber podia aprender lições com aquele que sabia bem menos do que ele...
"Qual destes três você acha que foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes? "
"Aquele que teve misericórdia dele", respondeu o perito na lei. Jesus lhe disse: "Vá e faça o mesmo".
Lucas 10:36,37
By Ricardo Neto
